Guilherme Costa

O vereador Marcelo da Santa Casa (PSD) concedeu recentemente uma entrevista à Rádio Frei Galvão, onde abordou questões críticas sobre a saúde pública em Guaratinguetá e na região do Vale do Paraíba. Durante a conversa, o parlamentar destacou dois pontos principais: a luta pelo credenciamento do serviço de hemodinâmica para a Santa Casa de Guaratinguetá junto ao Governo do Estado e um requerimento (que será protocolado) visando fiscalizar o contrato de gestão da UPA e do Hospital Frei Galvão pela Fundação Pio XII.

O ponto central da entrevista foi a cobrança feita à Secretaria de Estado da Saúde sobre o credenciamento para serviços de hemodinâmica (cateterismo cardíaco e vascular). Marcelo questiona o motivo de Guaratinguetá ainda não ter sido habilitada, apesar de possuir os equipamentos necessários e capacidade técnica. O vereador apontou uma inconsistência no planejamento regional, segundo ele o Vale do Paraíba tem 2,5 milhões de habitantes, o que comportaria até cinco equipamentos credenciados (um para cada 500 mil habitantes). A cidade vizinha de Lorena foi habilitada há alguns meses, mas, segundo o vereador, não há dados claros sobre o volume de atendimentos realizados, e pacientes de Guaratinguetá continuam sendo direcionados para outros municípios distantes. “Guaratinguetá hoje possui equipamento de hemodinâmica, sendo tão necessário para salvar, guardar a vida das pessoas, por que não a nossa cidade também conseguir essa habilitação?”

Marcelo ressaltou que a rapidez no atendimento de casos como infartos e AVCs é vital para evitar sequelas e garantir a sobrevivência, gerando economia futura para o município ao evitar pacientes com incapacidades permanentes. Outro tema abordado foi a gestão da saúde municipal. O vereador explicou que pretende manter um requerimento solicitando detalhes sobre a aplicação dos recursos no contrato com a Fundação Pio XII, que administra a UPA. A preocupação de Marcelo reside no equilíbrio entre o investimento na UPA e na Atenção Básica (postos de saúde). Ele argumenta que o alto investimento concentrado na UPA pode ter desqualificado o atendimento primário, essencial para a prevenção de doenças. O vereador também mencionou a necessidade de verificar se houve redução no quadro de funcionários e como isso impacta a eficácia do atendimento, apesar das tentativas de otimização financeira. “Nós entendemos que esse atendimento da rede básica é muito, mas muito importante para os pacientes, porque nós temos que trabalhar com a prevenção, nunca curativamente.”

Para fortalecer essas demandas, Marcelo da Santa Casa informou que receberia a visita do deputado Ribamar Silva (PSD). O objetivo da articulação política é buscar apoio junto aos governos estadual e federal, não somente para recursos financeiros, mas para destravar burocracias como a habilitação da hemodinâmica, garantindo que Guaratinguetá possa utilizar sua infraestrutura para atender a população local plenamente.

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