
Guilherme Costa
O Café com Entrevista da última quarta-feira (19), recebeu a oftalmologista Dr.ᵃ Caroline Masznak. Com a chegada antecipada do calor e a proximidade do verão, o bate-papo, conduzido em tom descontraído e informativo, focou na importância da saúde ocular, um tema muitas vezes negligenciado em comparação à hidratação e cuidados com a pele nesta época do ano. A entrevista abordou desde a prevenção de doenças sazonais até a importância de investir em óculos de sol de qualidade.
O perigo das conjuntivites no calor A Dr.ᵃ Caroline explicou que o verão é um período propício para olhos vermelhos e conjuntivites. Diferente do inverno, onde as conjuntivites virais (associadas ao vírus da gripe) são mais comuns, o calor traz riscos específicos. “No calor é mais comum a conjuntivite viral. A conjuntivite viral bacteriana. Porque sua mão na areia. Como coço o olho, aquele óculos que ficou no carro e a gente acaba colocando de volta, então a mão suja, literalmente, no olho, acaba gerando esse tipo de infecção”.
Ela diferenciou os sintomas: a viral apresenta lacrimejamento intenso e pouca secreção, enquanto a bacteriana deixa o olho “grudado” com secreção, exigindo tratamento com antibióticos para evitar úlceras e perda de visão. Alergias e a higiene do ambiente A primavera e o verão também desencadeiam quadros alérgicos. A médica destacou um dado alarmante sobre a higiene do sono: “Se você tem um travesseiro que tá aí há dois anos, tá na hora de você trocar o seu travesseiro, após dois anos, metade do peso do travesseiro é resto de pele e ácaro”.
Para combater os ácaros, ela sugeriu uma receita caseira para limpeza de colchões e travesseiros: uma mistura de água, álcool, vinagre branco e bicarbonato de sódio, que deve ser borrifada e deixada para ventilar, evitando a exposição direta ao sol, que pode proliferar os ácaros. Proteção Solar e riscos de óculos falsificados O uso de óculos escuros foi apontado não somente como estética, mas como proteção de saúde vital para prevenir doenças como a degeneração macular e até melanoma ocular. A oftalmologista alertou severamente contra óculos de procedência duvidosa (camelô): “Apesar dele ser bonito, a lente não é boa. Ela pode dar dor de cabeça, ela pode ajudar a ter alguma progressão de grau porque ela tem uma alteração da estrutura da lente”.
Além disso, foi discutido o fenômeno da reflexão da luz na areia e na água, que pode causar queimaduras oculares graves, conhecidas como “cegueira da neve” ou da areia. Respondendo a perguntas, a Dr.ᵃ Caroline esclareceu a diferença entre episclerite (inflamação na parte branca do olho, por vezes ligada a doenças autoimunes) e blefarite (inflamação na pálpebra causada pelo acúmulo de oleosidade e falta de piscar diante de telas). Para a limpeza das pálpebras na blefarite, ela confirmou que o shampoo infantil neutro é uma opção viável e barata para tratamentos curtos, mas que existem produtos específicos para uso prolongado. Sobre a variação de preços dos colírios lubrificantes, a médica explicou que a tecnologia do frasco e a ausência de conservantes justificam os valores mais altos, por evitarem a contaminação do produto e irritações oculares a longo prazo. A entrevista encerrou-se reforçando que a prevenção é o melhor remédio. A hidratação constante bebendo água e a proteção física dos olhos com óculos de qualidade e bonés são essenciais para aproveitar o verão e o feriado sem intercorrências médicas. O alerta final da especialista é claro: jamais olhar diretamente para o sol ou utilizar lasers recreativos, pois as lesões na retina podem ser irreversíveis.
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