Guilherme Costa

Nesta segunda-feira, 1º de dezembro de 2025, o Jornal da Manhã iniciou a série especial de entrevistas “Pensando o centro”. O convidado de estreia foi o professor e historiador Diego Amaro, que abordou a formação histórica, a arquitetura e os desafios para a revitalização da região central da cidade. A iniciativa visa promover um debate com a sociedade sobre o uso, a segurança e a valorização do patrimônio histórico local. O professor destacou a origem devocional da cidade e analisou as mudanças drásticas na paisagem urbana ao longo das décadas. Amaro explicou que, diferentemente de outras cidades do Vale do Paraíba que nasceram em torno de ranchos, Guaratinguetá se desenvolveu a partir da devoção a Santo Antônio de Pádua, com a igreja situada no ponto mais alto como símbolo de poder.

O historiador lamentou a descaracterização da praça central ao longo do tempo, citando a perda do ladrilho português e do coreto em reformas passadas. Ele enfatizou o conceito de “lugar de memória”, onde cada geração guarda uma imagem afetiva diferente do espaço. “A minha praça não é a praça do Felipe. A minha praça tinha um coreto lindo, ladrilho português. A última reforma da Praça foi drástica. Desconstituiu a Praça.” Para revitalizar o centro, Diego Amaro defende a necessidade de atrair o público através de melhor mobilidade e segurança, visto que os bairros estão se tornando autossuficientes. Ele propõe uma gestão pública integrada, para criar soluções que unam o moderno à preservação histórica. “É possível modernizar, respeitando essa história. E trazendo, quem sabe, elementos porque se torna um ambiente de afeto e, ao mesmo tempo, um ambiente moderno que faça essa conexão com o século XXI.” A entrevista ressaltou que a preservação do patrimônio depende tanto do desejo da população quanto da ação do poder público. A série de entrevistas continua ao longo da semana, abordando temas como arquitetura, comércio e turismo, buscando propostas concretas para o futuro do centro de Guaratinguetá.

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