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Nesta semana, a Igreja Católica vive um momento decisivo com ao início do Conclave, que elegerá o novo Papa, após o funeral do Papa Francisco e os nove dias de luto e oração, conhecido como “Novendiales”.
Em entrevista exclusiva à Rádio Frei Galvão, o cardeal Dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida, explicou detalhes do processo e destacou a importância das etapas que antecedem a votação. Na participação, que foi veiculada na manhã desta segunda-feira (05/05) no programa Café com Entrevista, ele explicou o processo vivido pela Igreja neste período e como estão as Congregações Gerais, que antecedem o período do Conclave, que começa nesta quarta–feira, 7 de maio.
De acordo com o entrevistado, nessas reuniões os cardeais discutem livremente os temas mais urgentes da Igreja Católica e traçam, informalmente, o perfil desejado para o próximo pontífice.
Na quarta-feira, será realizada uma missa solene na Basílica de São Pedro às 10h, com a presença de todos os cardeais. Logo após, os cardeais eleitores seguem para a Casa Santa Marta, onde ficarão alojados durante o processo de votação. A primeira sessão de votos acontece ainda no mesmo dia, dentro da Capela Sistina.
A dinâmica da votação é marcada por espiritualidade e solenidade. Após uma breve meditação inicial, cada cardeal votante faz um juramento diante de Deus e deposita seu voto sob o olhar da pintura do “Juízo Final”, de Michelangelo. A eleição segue até que um nome alcance a maioria necessária para ser anunciado como o novo Papa.
Para Dom Raymundo, esse é um momento de grande responsabilidade. Ele afirmou ainda que já preparou sua intervenção para as Congregações Gerais, enfatizando a necessidade de continuidade com os ensinamentos do Concílio Vaticano II e de um pontificado baseado no diálogo, na justiça e na paz. Segundo ele, o próximo Papa deve ser um defensor da dignidade humana, da unidade da Igreja e da convivência entre os povos.
“Para o povo de Deus, os cardeais pediram que toda igreja se una em oração durante o Conclave, para que o Espírito Santo ilumine cada cardeal, lhe dê o discernimento necessário, lhe dê a liberdade e a responsabilidade necessárias, para que ele possa ser sensível aos impulsos do Espírito Santo, aos desígnios de Deus, para a Igreja possa escolher aquele que corresponda aos desígnios de Deus, alguém que possa governar a Igreja segundo o coração de Jesus, portanto, com muito amor, com muita misericórdia, com muito espírito de acolhida a todas as pessoas”, afirmou Dom Raymundo Damasceno.