Em entrevista ao Jornal da Manhã Regional desta quinta-feira (21), as advogadas Luciana Ortiz, vice-presidente da Comissão de Violência Doméstica da OAB Guaratinguetá, e Sofia Weissmann, presidente da Comissão da Mulher Advogada da subseção, destacaram os avanços e os desafios no enfrentamento à violência contra a mulher.
Segundo Ortiz, embora os números de feminicídios e agressões ainda sejam alarmantes, o aumento das denúncias deve ser visto como reflexo da maior conscientização e acesso à informação. “Esses casos sempre existiram, mas as mulheres não tinham coragem de denunciar. Hoje há mais acolhimento, e isso muda o cenário”, destacou.
Sofia Weissmann ressaltou que o machismo estrutural ainda influencia tanto a vida social quanto o próprio sistema judiciário. “Até pouco tempo atrás, mulheres advogadas precisavam usar saia para entrar no tribunal. Se até nós, com conhecimento jurídico, precisamos lutar contra isso, imagine mulheres em situação de vulnerabilidade”, pontuou.
As representantes da OAB frisaram a importância da imprensa e das escolas no processo de conscientização. Programas de cidadania em colégios têm revelado relatos de crianças que naturalizam a violência doméstica, reproduzindo comportamentos presenciados em casa. “É fundamental que professores e diretores estejam atentos aos sinais e denunciem”, reforçou Ortiz.
A OAB de Guaratinguetá está aberta para agendamento de atendimentos gratuitos em parceria com a Defensoria Pública através do telefone (12) 2103-2651.
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