Foto: FecomércioSP

Guilherme Costa

Em participação na edição desta terça-feira (2) do Jornal da Manhã o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté e Região (Sincovat) e vice-presidente da Fecomércio São Paulo, Dan Guinsburg, debateu os desafios e as estratégias para a revitalização do comércio central, destacando problemas enfrentados por algumas cidades do Vale do Paraíba. Guinsburg aponta que a dispersão do comércio central se deve a múltiplos fatores, como o avanço desordenado das cidades e, mais recentemente, a pandemia. A perda de lojas âncoras, como os grandes bancos, que atraíam aposentados e grandes filas no começo do mês, diminuiu o fluxo de pessoas. A ascensão dos bancos online e aplicativos eliminou a necessidade de as pessoas frequentarem esses locais. Essa redução de vida no centro contribui para a degradação da área, incluindo a ocupação por moradores de rua, o uso de drogas, pichações e altos aluguéis. O e-commerce também representa um desafio, embora o comércio físico ofereça a possibilidade de experimentar o produto e ter contato com o vendedor.

O Sincovat, em parceria com o Poder Público, tem buscado soluções para reverter o quadro, focando em segurança, infraestrutura e mobilidade. Em Taubaté, por exemplo, o trabalho de revitalização inclui:

Segurança: Parceria forte com a Polícia Militar e a GCM.
Infraestrutura: Revitalização, arrumação de calçadas, pintura de guias e faixas de trânsito.
Mobilidade e Estacionamento: Liberação de algumas ruas para estacionamento e a importância de um trânsito lento no miolo comercial para incentivar a compra por impulso. Guinsburg afirma o adágio: “No park, no Business” (Sem estacionamento, não há negócios).
Moradores de Rua: A prefeitura tem um trabalho de encaminhamento e acolhimento para reduzir o número de pessoas nas ruas, visando afastar consumidores e investidores. A bandeira do sindicato é: “não dê esmola, dê dignidade”.
Imóveis Fechados: Existe uma discussão na Câmara Municipal para aplicar um IPTU mais caro para lojas que estão fechadas, para incentivar o aluguel.

O Poder Público pode estimular a atração de novas moradias para o centro. O Sincovati estimula a capacitação de funcionários com parcerias com Senac, Sebrae e Fecomércio, ressaltando que um bom atendimento fideliza o cliente. Guinsburg reconhece o desafio do “apagão de mão de obra” e a dificuldade das empresas em reter talentos com alta qualificação devido às melhores condições de trabalho oferecidas pelo mercado aquecido. Apesar dos esforços, o alto custo dos aluguéis é uma barreira significativa. “A maioria das cidades tem esses imóveis na mão de poucas famílias”. A resistência dos proprietários em reduzir valores faz com que prefiram deixar os pontos fechados, contribuindo para a degradação. O valor do aluguel, somado a outros custos (funcionários, mercadorias), impede que os empreendedores estabeleçam preços competitivos e lucrem. A união entre empresários e Poder Público tem se mostrado fundamental para o renascimento do comércio. Dan Guinsburg expressa a esperança de que, com mais trabalho em parceria, seja possível trazer o público de volta ao centro de Taubaté.

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