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Em entrevista ao programa Encontro de Família, da Rádio Frei Galvão FM, o monge beneditino camaldulense Dom Cristiano de Oliveira Souza, natural de Guaratinguetá e prior do Mosteiro de Fonte Avellana, na Itália, falou sobre a importância de São Bento para a Igreja e a sociedade contemporânea.
Embora a imagem de São Bento tenha se popularizado quase como um amuleto contra inveja e maus espíritos, essa visão superficial ignora a profundidade histórica e espiritual do santo. “A superstição nasce da falta de compreensão das fontes que narram sua vida”, afirmou, citando São Gregório Magno, responsável por relatar os milagres de Bento em meio ao caos de Roma após a queda do Império Romano.
Na conversa, o monge também relembrou a relevância da Regra de São Bento, composta por 73 capítulos, que moldou a organização de comunidades monásticas por meio do trabalho e da oração. Para ele, o lema ora et labora permanece atual diante dos desafios modernos do trabalho e da dignidade humana. “Bento via no pobre, no sofredor e até nas ferramentas de trabalho a presença de Cristo”, enfatizou.
Por fim, o entrevistado lançou uma provocação à sociedade contemporânea: “Precisamos devolver ao trabalho um significado que humanize, não que oprima.” Para ele, a maior lição de São Bento é esta: nada se antepõe ao amor de Cristo — um legado que, segundo Dom Cristiano, a sociedade atual ainda precisa aprender a viver plenamente.