Guilherme Costa
Em entrevista ao Jornal da Manhã Regional desta terça feira, (14), a Secretária de Saúde de Guaratinguetá, Nádia Meirelles, abordou diversos temas críticos que afetam o atendimento à população, com destaque para a situação das cirurgias eletivas e a longa fila para a realização de exames, como ultrassons e raio-x. Questionada sobre as desmarcações de exames e cirurgias eletivas junto à Santa Casa, a secretária foi categórica ao afirmar que não há justificativa para a interrupção desses procedimentos. “As cirurgias eletivas estão pactuadas num convênio com a Prefeitura,” disse Meirelles.
Apesar de um impasse inicial na prorrogação do convênio, Meirelles confirmou que uma determinação judicial obriga a continuidade dos serviços. “A juíza determinou que não se pare nenhum atendimento ofertado pelo hospital,” enfatizou. A Secretaria de Saúde está finalizando o novo convênio com a Santa Casa, após reunião realizada na última sexta-feira. Casos isolados de não realização de procedimentos devem ser reportados à Secretaria para resolução. Sobre a longa espera por ultrassons, a secretária reconheceu a existência da fila e anunciou medidas concretas para combatê-la. Segundo ela, um processo de credenciamento de clínicas foi finalizado e os contratos devem ser assinados em breve.
“Já temos clínicas credenciadas. Isso já está finalizando esta semana. Eu acredito que, até o final de outubro, nós vamos ter um aumento expressivo de realização de ultrassons”, projetou Meirelles, indicando que a medida visa aumentar a oferta de todos os tipos de exames. A secretária também mencionou uma emenda parlamentar destinada à compra de exames, de autoria do ex-vereador Nilo Silva, mas alertou que o recurso ainda não foi liberado para o caixa municipal.
Em relação ao raio-x, a Secretária informou que o serviço não apresentava atrasos, mas foi paralisado devido à interrupção do atendimento pela Santa Casa. Ao comentar sobre a demora na marcação de exames de forma geral, Meirelles levantou a questão do subfinanciamento da saúde básica. Segundo a gestora, dos R$ 16 milhões mensais destinados à Saúde, R$ 11 milhões são consumidos pela UPA, SAMU e Santa Casa, sobrando apenas R$ 5 milhões. Destes, a maior parte vai para a folha de pagamento. A Atenção Básica (postos de saúde) recebe apenas R$ 700 mil por mês para toda a cidade. “É muito pouco. Obviamente que isso acaba refletindo na questão da assistência, do exame, da consulta, do diagnóstico,” justificou. Apesar das limitações, Meirelles garante que a Prefeitura está com o pagamento à Santa Casa em dia e que a solução para o diagnóstico virá com recursos estaduais e federais que estão sendo aplicados para ampliar a capacidade de exames.
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